domingo, 1 de janeiro de 2017

O conhecimento que falta no GPS

O navegador veicular, popularmente conhecido como GPS, ou Global Positioning System (sistema de posicionamento global) é um dos avanços científicos que mais se popularizaram nos últimos anos.

Aliado à integração com o telefone celular, se tornou uma das tecnologias mais acessíveis que se tem notícia. Praticamente aposentou os mapas de viagem impressos, ou os desenhos que fazíamos a mão quando queríamos indicar a uma pessoa como chegar a um determinado local.

O sistema funciona usando um processador dedicado montado na placa eletrônica do navegador ou do telefone móvel, que se conecta à uma rede de satélites geoestacionários, que, por sua vez, determina a posição do dispositivo na superfície do planeta. Em seguida, esta posição é combinada através de algoritmos com mapas gravados na memória do dispositivo ou de um serviço de navegação online, indicando ao motorista qual caminho seguir.

O sistema ainda pode levar em conta dados como caminho mais curto, mais rápido, por rodovias pavimentadas ou não, com pedágio ou não, com mais ou menos tráfego, entre outros, à escolha do usuário.

Oferece informações acessórias como localização de restaurantes, postos de abastecimento, hotéis, estabelecimentos comerciais, serviços de saúde, segurança, etc. Grava localizações, rotas percorridas, calcula consumo de combustível e muitas outras funções.

Lindo, não!

Pois é. Seria realmente uma maravilha, se levasse também em consideração outros aspectos menos tecnológicos e mais sociológicos, que, em países como o Brasil, influenciam sobremaneira a experiência de navegação por GPS, podendo torná-la mesmo trágica.

Tem sido noticiados ultimamente casos tristes de situações onde os usuários incautos foram direcionados a regiões conflagradas das cidades, eminentemente dominadas por criminosos que não hesitam em atacar veículos estranhos, tomando-os por inimigos ou mesmo policiais, não raro resultando na morte de inocentes.

Na maioria das vezes são turistas, mas há casos de moradores de outras áreas da cidade que foram levados à morte pela tecnologia do GPS. Isso, a tecnologia os ceifou a vida, pois, antes dela, a realidade da violência já existia.

A grande questão é como inserir este fator de risco no algoritmo do GPS sem ser acusado de discriminação social, de racismo ou outras coisas que o valham. Seria muito simples uma pesquisa com base na experiência de outros usuários, que conheçam a região, atribuindo, por exemplo, um código de cores a cada área. Verde, amarelo, vermelho, as cores universais para normal, cuidado e perigo. Só isso poderia ajudar a salvar dezenas de vidas de inocentes que morrem na mão de criminosos.

Mas, conhecendo a natureza pérfida da mídia como conhecemos, logo este sistema seria criticado e taxado de discriminatório, segregacionista, racista, etc. Sempre na defesa de uma sociedade livre de preconceitos, mesmo que a custa da vida de inocentes.

Claro que a questão da segurança pública é obrigação do Estado, mas todos sabemos que estamos falhando nesta missão. Então por que não usar a tecnologia para nos proteger e a nossos entes queridos?

Até quando a demagogia e a hipocrisia vão estar acima da defesa do direito básico à vida? Nossa sociedade está doente, não há cura à vista, mas mesmo assim continuamos achando que tudo compensa em favor da retórica humanista barata.

Convido a todos os usuários deste sistema tecnológico que reflitam a respeito e manifestem suas sugestões aos operadores da tecnologia de GPS, incentivando-os a adotar este sistema de alerta para salvar vidas. Façamos a nossa parte!